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BNCC - Equipe de redação faz a análise de dados da consulta pública

Segunda-feira, 1º de fevereiro de 2016

Reunidos em Brasília desde a última segunda-feira, 25, os 13 assessores e parte dos 116 especialistas responsáveis pela redação da Base Nacional Comum Curricular (BNC) começam a desenhar a segunda versão do documento. Agora, o trabalho pôde contar com a análise dos dados da consulta pública até 15 de dezembro, entregue em relatórios produzidos pela Universidade de Brasília (UnB), e com os pareceres dos leitores críticos.

"Da consulta pública nós temos dados sobre partes do documento em específico, sobre aceitação ou rejeição de determinados objetivos de aprendizagem, observações mais gerais. No conjunto de pareceres de leitura crítica é possível identificar tendências importantes de revisão, tanto dos textos introdutórios como de cada um dos componentes", explica a coordenadora da equipe de redação da proposta da BNC, Hilda Micarello.

Segundo ela, já foram recebidos cerca 68 pareceres. Educação infantil, história e geografia são algumas das áreas que já contam com todas as avaliações. Ciências da natureza e língua portuguesa, por exemplo, ainda devem receber as críticas e sugestões dos consultores externos. E como o volume de dados é extenso, o trabalho não se encerra nesse encontro. Entre os dias 17 e 19 de fevereiro haverá outra reunião.

Transparência – Também em fevereiro, após o carnaval, os relatórios dos pesquisadores convidados pelo MEC a fazer leitura crítica do texto preliminar estarão disponíveis no portal da Base. Segundo Hilda, nem todos poderão ser acessados, porque a publicação depende também da autorização desses leitores críticos, mas a maioria deve estar aberta à consulta dos interessados.

De acordo com a coordenadora, essa divulgação é importante porque dá visibilidade a outros atores da construção da Base. "Outro dado importante é que permite dimensionar a amplitude desse debate, que é na verdade o ponto mais importante da BNC. O debate público não tem a perspectiva só de legitimar um documento, mas principalmente de colocar em discussão o que se pretende para a educação básica do país", observa Hilda. A longo prazo, acredita a coordenadora, esses pareceres ajudarão na pesquisa sobre o ensino e a estrutura das diferentes áreas do conhecimento.

Repertório – O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Mauro Cezar Coelho, foi um dos especialistas da área de história a participar do encontro desta semana. Para ele, o trabalho com as análises críticas trazidas pelos pareceres é natural do processo de amadurecimento do texto preliminar da Base.

"Toda a discussão surgida desde que o documento foi lançado é muito positiva, mesmo as polêmicas, os eventuais destemperos, todas essas posições são importantes. A sociedade brasileira conseguiu, de setembro pra cá, discutir questões que não eram discutidas há muito tempo", considera Mauro Cezar.

Para ele, em relação à história, um dos aspectos mais positivos da Base é a possibilidade de o Brasil se conhecer. "É importante que as histórias locais sejam estudadas e valorizadas, mas é importante também, para que a gente consiga dialogar e construir políticas públicas, se perceber como parte do mesmo todo, ver na trajetória que ocorreu num ponto distante do meu, mas dentro do Brasil, como parte também da minha trajetória", analisa o especialista.

Já a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessora da área de língua portuguesa na alfabetização, Isabel Cristina Frade, acredita que uma base nacional nessa etapa escolar, especificamente, "permite um repertório comum ao mesmo tempo que não pressupõe que as práticas sejam iguais". O que deve impactar, futuramente, na produção dos novos materiais didáticos, na reformulação dos currículos de formação dos pedagogos e nos cursos de letras.

"A base ajuda na construção de uma alfabetização com conhecimento, dentro de um repertório comum, em torno de o que a gente tem de perseguir pra conseguir uma alfabetização mais ampla para as nossas crianças e nossos adultos", diz Isabel.

Até que a nova cara do texto da BNC seja conhecida, há ainda um longo caminho de discussões e ajustes, frisa Hilda Micarello. Ela lembra que a consulta pública segue aberta até 15 de março, no portal da Base.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC